O sofá marcado por uma queimadura de um cigarro que Renato Russo fumou no apartamento de segundo andar da rua Nascimento Silva, em Ipanema, ainda está lá. Também estão todos os móveis e elementos de decoração escolhidos pelo ídolo da geração Coca-Cola: espingardas, vitrola, castiçais, esculturas de anjos barrocos, abajour e até um galo daqueles que anuncia pela cor se vai chover. Tudo do jeito como o líder da Legião Urbana arrumou quando se mudou para o bairro em 1990 e onde morou até morrer em 1996. É sentado no mesmo sofá que seu único filho, Giuliano Manfredini, explica a ideia de fazer uma exposição itinerante para dividir com os fãs o que ficou no apartamento, que está fechado há quase 20 anos.
Quero promover uma viagem pela mente do meu pai para que conheçam a pessoa, não só o artista — diz o rapaz, que atribui os “melhores anos da vida” aos passados no local. — Estamos catalogando tudo o que ele produziu aqui, de manuscritos de canções a desenhos, e esperamos inaugurar a mostra em dois anos.
Se 2015, para os saudosos da Legião, parece longe, Giuliano anuncia outros projetos. Ano que vem, no dia 27 de março, data em que o Trovador Solitário faria 53 anos, está previsto o lançamento em CD e DVD do show feito pela banda em 1994 no então Metropolitan (hoje Citibank Hall). Antes, em dezembro, chega às lojas um livro inspirado no roteiro de “Faroeste Caboclo”, recém-adaptado para o cinema, com Fabrício Boliveira e Isis Valverde no elenco. O longa, aliás, dirigido por René Sampaio, inspirou Giuliano a planejar uma versão de “Eduardo e Mônica” para a telona. E, até o fim deste ano, o filho de Renato inaugura uma instituição para auxiliar dependentes químicos, o “maior sonho” do músico. Giuliano também vai produzir um documentário para retratar a vida do pai. Em outubro de 2014, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, será produzida uma versão gratuita do show que aconteceu no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, em junho deste ano, com o holograma do cantor.
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